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'' A evidência de eu ser bloqueia-me de todo o lado e não posso sair dela. Estou centrado em mim e para me descentrar tenho de me centrar noutro lado para me ver... O meu ‘eu’ é um absoluto categórico, a pura chama que é. Imóvel presença, flagrante presença sem passado nem futuro (porque o futuro e o passado são chamados a esse acto de presença para dele se projectarem no amanhã e no ontem), o meu ‘eu’ é a própria evidência do ser, porque o não ser é impensável, não cabe na nossa mente e entra nela sempre disfarçado no ser – o nada é sempre alguma coisa, precisamente o ser ‘nada’... A morte é inconcebível, porque não podemos conceber a não existência do ‘eu’ – porque conceber essa não existência implica logo a existência desse ‘eu’ para conceber a sua não existência''
Vergílio Ferreira em
Invocação do meu corpo
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